quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Por uma Ontologia Strikista

Toda a existência se organiza no haver-de-si. Somos dominados por uma anisotropia de importância centralizadora de toda a categorização das determinações numa categoria fundamental, o Eu.
Isto é sabido, mas igualmente é certo que “penso, logo existo”, e “só sei que nada sei”.
Note-se que a aparente contradição das formulações acima expostas só espantam quem não conhece, e também quem conhece demasiado, sobre a história da Filosofia, bem como sobre os fundamentos teóricos do Strikismo Positivista, a única teoria do Ser devidamente integrada, porque por si mesma desintegrada, no reconhecimento da Totalidade-que-é-parcial-e-assim-por-o-ser-é-verdadeira-totalidade.
Muitos pensaram sobre o esforço necessário para “reconciliar” uma Ontologia totalizante do Ser com a dúvida cartesiana; mas nós, strikistas postivistas, declaramos que tal oposição nunca existiu, ou, se existiu, quer dizer o mesmo que se não existisse. Consideremos desde logo as categorias fundamentais da Totalidade e da Dúvida:
Duvidar é totalizar a Existência na Dúvida; bem como existir não é, senão, viver a dúvida de si a si mesmo. As identidades são funcionais; mas também as funções são identitárias, e duvidar é uma função da identidade que pode ou não estabelecer-se como “região” da existência (o que, é bom de ver, significa o mesmo que “totalidade” da existência como o demonstra o grande filósofo H.)
Mais até: se demonstrámos como a estúpida ideia ocidental da irredutibilidade entre os grandes filósofos D. e H. não passa de um desvio da verdadeira doutrina strikista, na verdade isso também significa que o seu contrário pode e deve também ser considerado verdadeiro. Pois esses dois pontos de vista podem também (e devem também) ser admitidos como totalmente irrealizáveis entre si, desde que, e como é bom de ver, se perceba que isso é a condição necessária para a realização de si a si que a totalidade dos pontos de vista exige, desde que se permaneça na particularidade que o ponto de vista em si pressupõe, não esquecendo, obviamente, que o particular por ser categoria da totalidade é, desde o princípio, totalidade em si mesmo ou o contrário disto (a este respeito consultar o outro-grande-filósofo-H.).
Quanto ao grande-grande filósofo-antigo-sem-deixar-de-ser-moderno S.-mais-conhecido-por-P., (que é, também, um filósofo menor à luz destas teorias), atrevemo-nos a considerar que o “só sei que nada sei” é, na verdade, a mais antiga formulação do Strikismo original – desde que, obviamente, entendida como deve ser e sempre deveria ter sido, ou seja, à maneira Strikista (positivista, pois quanto aos traidores negativistas, bem sabemos como foram merecidamente queimados nas fogueiras de 665 d.C.). Esta formulação, que prova a influência decisiva que o Strikismo tem em toda a cultura ocidental, e em todas as culturas, e naquilo que há para lá das culturas, e naquilo que não é nada disto, diz-nos resumida e ontologicamente que ao sabermos que nada sabemos sabemos também por definição que tudo sabemos – pois se saber é nada saber, então nada saber é saber (por modus ponens, evidentemente); logo saber é nada saber, e nada saber é saber (noto o “é” da questão, que nos remete finalmente para o filósofo H.)

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